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Meio excêntrica, meio alternativa

 

Conheci a Marina logo quando entrei na Universidade, em 2011. Ambas fazíamos parte da Liga Experimental de Comunicação, um programa de extensão que trabalhava em parcerias com o terceiro setor aliando os cursos de Jornalismo e Publicidade.
 
Os detalhes mais marcantes da nossa convivência na faculdade foram o corte de cabelo estilo Joãozinho, que pegou todos de surpresa, os “muito doido”, expressão verbalizada quase que constantemente, a viagem para as oficinas de jornalismo para a Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (com aquele quarto de pousada com a belíssima vista de uma janela cimentada), a decoração da ação Palavras de Liberdade, quando os dotes artísticos da Marina foram responsáveis pela salvação das pipas (logo da ação), e a reunião da Liga na qual a maioria dos integrantes descobriu o parentesco dela com o Edgard Patrício, nosso orientador na época – finalmente fez sentido o “tio Edgard”.
 
O tempo passou, interrompi o curso para fazer intercâmbio em Portugal, no período letivo de 2012.2 e 2013.1, e quando voltei, a maioria dos meus companheiros de Liga já estava formada, o que diminuiu drasticamente o nosso contato. Porém, pouco mais de um ano depois, sou transferida de estágio e dou logo de cara com aquele rosto pequeno e conhecido, Marina Mota, uma das designers do Diário Plus, a plataforma multimídia do jornal Diário do Nordeste.
 
Mais uma vez, um dos detalhes mais impactantes da Marina no jornal são suas habilidades manuais (desta vez, digitais) e criativas. Junto a isso, há o cheirinho de bebê e a personalidade meio excêntrica, meio alternativa – difícil descrever uma pessoa que tem como objeto de desejo um cocar para usar no dia a dia.
 
Então, em uma segunda-feira de junho, Marina chega à redação, sorridente e com um risco nas costas que mais parecia um arranhão muito grande e esquisito. Minha primeira reação: “minha nossa, Marina, o que foi isso nas tuas costas?”, tentando imaginar todas as formas possíveis de ela ter se cortado daquele jeito. Eis que surge a resposta, seguida de um sorriso zombeteiro: é uma “tatuagi”. 
 
A segunda reação veio quase de imediato e cheia de segundas intenções: “por quê?”.
“Não tem explicação. Eu gosto de linhas, quis ter uma linha e tatuei”. Quão Marina isso poderia ser? Para ela não havia um porquê, mas na verdade trazia várias linhas de significados.
 
Mas o traço nas costas era apenas o primeiro rabisco. Nos meses seguintes permaneceu a vontade de continuar se riscando: outra linha, algumas ondas, um círculo cheio de ondulações, um ramo. Não por menos, acabou ganhando do irmão a alcunha de “mulher rescunho”. E não é que fazia sentido?

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